30.9.05

Carro novo

Vou ter que comprar um carro. Simples assim. Vou ter que comprar... Fui ver preços de carros usados, achando que com uma mixaria eu faria um negocião. Ledo engano. Vou acabar comprando um carro novo. Aí, já que vou ter dois anos de dívida pra pagar mesmo, posso até fazer o mestrado [risos]. Fantástica motivação pra alguém fazer um mestrado. Preciso entrar em contato com os meus professores. Pelo menos aqueles que gostavam de mim. Quem sabe?

28.9.05

Almocinho

Hoje almocei com meu amigo mais querido. O mesmo cara do artigo do Calligaris. Almoço bom, de hooooras. Ele de férias e eu na vida maluca que eu levo encontramos um tempinho pra colocar o papo em dia. Conversamos sobre o porquê de as universidades brasileiras sempre terem um viés esquerdista tão forte, sobre PUC, USP, GV e afins, sobre a inércia na vida, nos relacionamentos, no trabalho, sobre petistas de carteirinha, banqueiros judeus, mães, irmãos, namorados, sobre os bons e idos tempos. E sobre os tempos melhores ainda que virão, porque afinal, merecemos. Tudo isso regado a um Yogurt Farofino com calda de caramelo. Fim perfeito para um encontro tão gostoso.

Man, como é difícil escrever. Tenho tentado encontrar um foco para a vida, algo que me traga um pouco de prazer. Gosto de que faço, acho que consegui o que muitos lutam por uma vida inteira. Deveria estar mais feliz. Pelo menos agora me sinto mais feliz comigo. Aquela dor horrível começou a sucumbir, provavelmente porque eu pense menos nela. Mas ela está lá. é incrível porque hoje não consigo mais discernir o que me dói tanto. Se é a perda de pessoas que amamos ou se é admitir que precisamos delas, ou ainda que não somos nada sem alguém. Estou começando a me achar cínica, o que pode não ser de todo mau, se partirmos do princípio de que normalmente eu era a Pollyana encarnada. Mas é triste. Me acho jovem, mas me sinto tão cansada às vezes. Na verdade, acho que é mais um sentimento de indagação do motivo que nos faz continuar vivendo. Pra que tudo isso? Pra que lutar? Pra que? No momento me vejo simplesmente trabalhando e fazendo as coisas que sempre fiz pra sobreviver. Não deveria haver mais que isso? Será que a vida é simplesmente passar de um dia para o outro sem um fim maior? E minha mãe tenta vir com o papo de espiritualidade, mas não cola mais. Quando você se indaga muito, algumas coisas caem por terra. Tenho convivido bastante com judeus, o que dá uma perspectiva diferente para católicos que não tinham contato nenhum, quase, como era o meu caso. No fim, é tudo igual. Sempre simplesmente uma forma de dominação, algo tão importante para alguns e tão, mas tão idiota para outros... como a raça humana pode ainda não ver através desse tipo de coisa. Claro que isso vem de alguém que é tão ou mais cega para um monte de outras coisas, mas se a gente não se acha dono da verdade, quem vai achar? Ok, bad joke...

Preciso começar a escrever em inglês. Preguiiiiiça mortal, porque isso implica também ler em inglês. Que implica ler in the first place.

Sobre a procrastinação

Estava lendo um texto do Contardo Calligaris que me foi mandado por um grande amigo sobre as benesses e desvantagens de se esperar para decidir, entrando em méritos como a espera solicitada pela psicanálise para primeiro analisar e compreender coisas e depois tomar decisões sérias e depois tomá-las com mais sabedoria. O artigo é interessante porque aponta um problema comum: o de pessoas que passam a vida pensando em coisas e usam esse tempo como desculpa pra não tomar deciões, evitar as perdas.

Tenho que admitir que muitas vezes sou assim. Mas prefiro que outros decidam por mim, até porque aí eu não tenho "culpa" do resultado. É engraçado: apesar de eu ter sido criada num esquema católico/judaico de culpa, nunca acreditei muito no conceito de culpa. Sempre fui muito mais voltada a fazer melhor daqui para a frente. Deixar os erros para trás e aproveitar para seguir sem cometê-los (hopefully) novamente. Até ser acertada em cheio por um caminhão de culpa. E ficar entalada nesse buraco durante meses, sem enxergar tanta coisa. Tive um namorado que sempre tinha que encontrar o "culpado" da situação e isso me tirava do sério. E aqui estou eu, procurando culpados e inocentes. E encontrando a culpadona da estrela toda vez que olho no espelho.

Voltando ao Contardo Calligaris, acho que transformar o presente numa reflexão infinita sobre o que pode acontecer é o famoso "e se..." e não leva ninguém muito a nada. Então vou tirar o meu ilustre bumbum da cadeira e começar a me mexer. E olha que nem é promessa de ano novo, o que indica que dessa vez pode funcionar.

...pergunte-me como.

Acabei de colocar esse blog no ar e meio segundo depois tinha dois comentários em um posting meu. Fiquei curiosa e fui lá ver do que se tratava. Eram aqueles malditos anúncios de "work from home" e afins. Meu, I already do work from home...

Comecei a pensar então sobre essas mensagens, e-mails e porcarias que nos rodeiam o dia inteiro. Tudo bem que algumas coisas funcionaram um dia, mas será que os ilustres gênios que escreverm esses e-mails não percebem que não cola mais? Vamos nos reinventar, amigos.
Tenho uma amiga que é arquiteta de informação e com certeza tem opiniões excelentes sobre isso. Vou perguntar. Quem sabe surge alguma pérola.