30.9.05
Carro novo
28.9.05
Almocinho
Man, como é difícil escrever. Tenho tentado encontrar um foco para a vida, algo que me traga um pouco de prazer. Gosto de que faço, acho que consegui o que muitos lutam por uma vida inteira. Deveria estar mais feliz. Pelo menos agora me sinto mais feliz comigo. Aquela dor horrível começou a sucumbir, provavelmente porque eu pense menos nela. Mas ela está lá. é incrível porque hoje não consigo mais discernir o que me dói tanto. Se é a perda de pessoas que amamos ou se é admitir que precisamos delas, ou ainda que não somos nada sem alguém. Estou começando a me achar cínica, o que pode não ser de todo mau, se partirmos do princípio de que normalmente eu era a Pollyana encarnada. Mas é triste. Me acho jovem, mas me sinto tão cansada às vezes. Na verdade, acho que é mais um sentimento de indagação do motivo que nos faz continuar vivendo. Pra que tudo isso? Pra que lutar? Pra que? No momento me vejo simplesmente trabalhando e fazendo as coisas que sempre fiz pra sobreviver. Não deveria haver mais que isso? Será que a vida é simplesmente passar de um dia para o outro sem um fim maior? E minha mãe tenta vir com o papo de espiritualidade, mas não cola mais. Quando você se indaga muito, algumas coisas caem por terra. Tenho convivido bastante com judeus, o que dá uma perspectiva diferente para católicos que não tinham contato nenhum, quase, como era o meu caso. No fim, é tudo igual. Sempre simplesmente uma forma de dominação, algo tão importante para alguns e tão, mas tão idiota para outros... como a raça humana pode ainda não ver através desse tipo de coisa. Claro que isso vem de alguém que é tão ou mais cega para um monte de outras coisas, mas se a gente não se acha dono da verdade, quem vai achar? Ok, bad joke...
Preciso começar a escrever em inglês. Preguiiiiiça mortal, porque isso implica também ler em inglês. Que implica ler in the first place.
Sobre a procrastinação
Tenho que admitir que muitas vezes sou assim. Mas prefiro que outros decidam por mim, até porque aí eu não tenho "culpa" do resultado. É engraçado: apesar de eu ter sido criada num esquema católico/judaico de culpa, nunca acreditei muito no conceito de culpa. Sempre fui muito mais voltada a fazer melhor daqui para a frente. Deixar os erros para trás e aproveitar para seguir sem cometê-los (hopefully) novamente. Até ser acertada em cheio por um caminhão de culpa. E ficar entalada nesse buraco durante meses, sem enxergar tanta coisa. Tive um namorado que sempre tinha que encontrar o "culpado" da situação e isso me tirava do sério. E aqui estou eu, procurando culpados e inocentes. E encontrando a culpadona da estrela toda vez que olho no espelho.
Voltando ao Contardo Calligaris, acho que transformar o presente numa reflexão infinita sobre o que pode acontecer é o famoso "e se..." e não leva ninguém muito a nada. Então vou tirar o meu ilustre bumbum da cadeira e começar a me mexer. E olha que nem é promessa de ano novo, o que indica que dessa vez pode funcionar.
...pergunte-me como.
Comecei a pensar então sobre essas mensagens, e-mails e porcarias que nos rodeiam o dia inteiro. Tudo bem que algumas coisas funcionaram um dia, mas será que os ilustres gênios que escreverm esses e-mails não percebem que não cola mais? Vamos nos reinventar, amigos.
Tenho uma amiga que é arquiteta de informação e com certeza tem opiniões excelentes sobre isso. Vou perguntar. Quem sabe surge alguma pérola.