23.10.06

ATRÉTICA

Eis que resolvi voltar a malhar. Estou em Brasília, tudo conspira a favos, desde o discursinho saudável/raso das pessoas, até o tamanho (máximo-42) dos bumbuns em geral. Mais tempo, mais qualidade de vida, menos desculpas para não malhar.

Lá fui eu pegar um one week pass pra ver se eu tomo vergonha e começo a ir (porque eu não sou mais boba de simplesmente perder o amor na grana, fazer a matrícula e depois ter que pagar sem ir e continuar na mesma, só que mais pobre.

Primeira batalha: roupas de ginástica. Não imaginei que eu usasse umas roupinhas de ginástica tão jacus há três anos. Afff, só salva o que é liso (e escuro, na atual conjuntura). I know that covering my giant arse in black won't make it disappear, but it's worth the shot. De posse das poucas opções que me restaram (mas tb não vou sair comprando antes de saber que é uma sure thing), lá vou eu pra academia.

Quando chego, em pleno sábado na hora do almoço, qual não é a minha surpresa ao ver que naquele dia, havia um DJ contratado. Ótemo, ótemo, até aí tudo bem. O único detalhe é que o setlist do sujeito era composto por funk, reggae e axé (todas em versão dance, of course). Entretanto, amigos fiéis, eu não esmoreci. Cumpri minha pena na sala de ergometria por uma hora, com o meu mp3 bombando no meu ouvido (Deus não dá sorte, a gente compra tecnologia), a minha capacidade auditiva diminuindo a cada segundo e eu me esvaindo em suor.

Aí fui fazer a escadinha do inferno. para os leigos, é uma invenção vinda diretamente dos calabouços de tortura da inquisição, apenas adaptada aos tempos atuais. É praticamente uma escada rolante que não sai do lugar. Fácil? Fica lá 20 minutos e depois a gente conversa. Uma belezinha. Saí com as perninhas moles da diaba da escadinha e fui tomar banho, com a sensação de dever cumprido.

Entro no banheiro da academia (que é um labirinto) e começo a procurar os chuveiros. A única coisa que encontrei foram 3 chuveiros no mesmo box gigante, sem separação, com uma senhorinha tomando banho de maiô lá dentro. Quando já estava amaldiçoando tudo mentalmente, vi uma moça nua com uma toalha nas costas e resolvi seguir a elementa, que me levou a um corredor onde se encontravam vários chuveiros de gente. rindo sozinha da minha incapacidade, tome meu banho e fui pra sauna. Fiquei uns 10 minutos, o suficiente pra me transformar em um pimentão humano, fazer umas amizadezinhas e sair esbaforida. Depois tomei mais um banho e fui almoçar. Pedi uma salada de rúcula, tomate e macarrão parafuso com grelhado e um suco de laranja, berterraba e cenoura com adoçante e recebi 5 folhas de rúcula (tive a manha de contar), 3 rodelas de tomate e uma montanha encantada de macarrão parafuso que faria inveja ao Don Pepe di Napoli. Isso tudo acompanhado de um salmão grelhado com 5 mm de espessura e um suco de laranja e cenoura adoçado com mel. Tudo isso após apenas 20 minutos de espera, minha gente! Quem me conhece imagina o quão feliz eu fiquei e como abençoei esse maravilhoso serviço de Brasília, onde a preocupação central dos estabelecimentos é o bem atender do cliente. Ah, que delícia!

Enfim, malhei, depois cantei e bazi passeio, voltando para casa às onze, como uma boa candanguinha.

Hoje tem mais malhação. Sem comida, sem suco e sem raiva. Só amor.

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