6.10.05

Sobre a solidão.

Estou muito só. Minha solidão é palpável. Dói.

Hoje estava falando com a Chandra sobre relacionamentos, eu choramingando daqui, ela de lá... então ela disse: a gente pode ser feliz sozinha. E eu não sei se concordei. Tudo bem, acho bacana uma pessoa ter vida própria, perseguir objetivos próprios, não viver em função de outrem. Mas qual é a graça de não poder compartilhar isso tudo com alguém? Sei que existem amigos e quem me conhece sabe que conquistar e manter amigos não é minha melhor característica, mas como se vive sem compartilhar amor? Amor sim, amor... aquele sentimento de ternura, admiração, afeto, respeito, desejo, cumplicidade... compartilhar algo.

Minha terapeuta diz que eu sempre estive sozinha, só que agora eu vejo isso porque não tenho mais de quem cuidar. Que eu tenho que me confortar sozinha, yada, yada, yada... Muito bem. Só que isso não faz com que doa menos, ou que seja menos desestimulante. Qual é o maldito mérito em se viver só e ser feliz? Por que essa pessoa merece mais, se pode ser fruto simplesmente de uma incapacidade social, afetiva, sexual, whatever? Por que alguém que não quer essa vida pra si é menos valorizado, se aqueles que vivem sozinhos muitas vezes pra se definir dependem do trabalho, do status, dos amigos, da posição... O que existe de tão errado em querer alguém pra dividir a vida? Não viver em função de outra pessoa, mas dividir essa função. E as alegrias, as tristezas, os sucessos...

Se minha terapeuta lê isso, olha e balança a cabeça, com aquela cara de: coitada... Não enxerga um palmo na frente do nariz. Pois é. I wish. Ignorance is bliss.

Um comentário:

Anônimo disse...

Good things come to those who wait. No wait, good come to those who come. No wait... how's that again? ;) Don't be blue babe, you rock and you'll figure it all out in a jiffy.